A ORIGEM DO TARÔ E O MISTÉRIO NÃO REVELADO

Depositphotos 6874124 xl 2015 1À sombra da Árvore da Vida, o ser humano, adormecido sonha jogando a sorte sobre o Grande Livro do Tarô.

Muitas vezes já nos perguntamos, o que é o Tarô? Um mistério ainda não revelado, por que ainda somos crianças espirituais? Ou só mais um jogo no qual podemos antever o futuro e bisbilhotar o passado?

Certamente não encontraremos a resposta enquanto estivermos aprisionados aos conceitos e ideias recorrentes nas diversas publicações. Embora alguns autores nos deem pistas valiosas e alguma direção a seguir, como é o livro História do Tarô, Ed. Pensamento, cuja autora, Isabelle Nadolny,o inicia com esta pequena, mas bela história popular que alguém escreveu em algum papiro que se perdeu no tempo, e ela mesma depois se embrenha na mais completa pesquisa sobre a história desses oráculos vinculados ao Tarô através dos séculos até nossos dias. Entretanto, concernente a todo esforço e belo trabalho de pesquisa realizado, a autora ainda não revela o mistério do Tarô.

Eis a história contada sobre a origem do Tarô:

“Há muito tempo, todos os sábios hierofantes, depositários da tradição oculta do Egito, reuniram-se para debater um gravíssimo problema. Devido às suas faculdades proféticas, eles haviam adquirido a certeza de que sua civilização logo se desintegraria e, com ela, os templos dos deuses e as escolas iniciáticas, onde a Verdade era transmitida desde sempre de mestres a discípulos. Tratava-se, portanto, de encontrar um meio de preservar da destruição os pontos mais importantes dessa Verdade oculta, para que ela pudesse novamente ser revelada no momento oportuno.

‘Gravemos os textos de nosso saber ancestral nos muros de pedra do templo mais venerável’, propôs um dos membros da assembleia. Contudo, objetaram-lhe que mesmo o templo mais sólido não resistiria às devastações causadas pelo tempo nem aos ataques dos invasores. ‘Vamos gravá-los nas placas do metal mais resistente’, disse outro. Porém, retorquiram-lhe que, se fosse um metal nobre, estaria inevitavelmente sujeito à cobiça, e se fosse um metal vil, não resistiria à ferrugem.

Outro membro arriscou: ‘Concedemos nossos arcanos a um homem simples e virtuoso que, antes de morrer, os transmitirá a outro homem simples e virtuoso e assim por diante, até que novamente a Verdade possa ser professada e compreendida’. No entanto, responderam-lhe que mesmo as almas mais puras não escapariam à tentação.

Então, o mais jovem dos adeptos disse: ‘Vamos nos servir dos vícios, dos pecados, das paixões deletérias do homem para preservar o depósito de nossas doutrinas secretas. Vamos exprimi-las em um conjunto de figuras aparentemente inocentes que, multiplicadas ao infinito, servirão para aplacar uma das paixões mais intensas do homem: a paixão pelo jogo. Confiemos às energias do mal os germes de Verdade contidos na condição da salvação e da felicidade do mundo’.

Essa proposta foi aceita. Os adeptos fixaram em imagens simbólicas os axiomas de suas doutrinas secretas, criando um jogo que puseram em circulação e que preservou, de maneira alegórica, as Verdades ocultas. Essa seria a origem do Baralho de Tarô.”

O Mistério Não Revelado

O mistério do Tarô continua não revelado, e a humanidade continua, enquanto isso, a jogar as cartas buscando explicações, orientações e até mesmo bisbilhotagens sobre o futuro e o passado, sobre carma e destino, fracassos e sucessos. É improvável que o Tarô seja somente um jogo de cartas para adivinhação, ou divinação como preferem alguns. Há mais que isso nele. O Tarô parece ser um livro da vida e da evolução da humanidade, todo codificado em símbolos. Esses misteriosos símbolos, que contém números em suas essências, recriados em formas, figuras e cores nas cartas dos milhares de oráculos conhecidos desde que se iniciaram suas interpretações por autores diversos, nos séculos passados até hoje, ainda carecem da verdadeira compreensão.

O Grande Livro da vida e da evolução humana cujas páginas guardam verdades eternas, foi transcrito numa linguagem inteligível aos humanos ainda ignorantes e dadas na forma de um jogo para que se perpetuasse pela posteridade, e no momento certo do amadurecimento da nova civilização, os novos iniciados, nas novas escolas de mistérios que surgirão no futuro, possam então ler palavra por palavra e compreender os seus profundos significados.

Então o mistério deixará de ser mistério e a verdade libertadora se revelará pela boca desses novos sábios a toda a humanidade. Sabemos que o tempo da revelação chegou, na era de Aquário, e que não demorará chegar esse momento do amadurecimento da humanidade.

Que a esperança seja o fruto promissor da fé para aqueles que se empenharam, e estão se empenhando hoje, no trabalho árduo da transformação pelo esforço contínuo para despertar do profundo sono das ilusões que embala os sonhos da humanidade inconsciente. As luzes do novo dia iluminarão as novas consciências e a providência recompensará a todos pelo esforço e vontade empenhados no caminho do bem e da verdade.

Uma Nova Terra, um Novo Mundo, um Novo Ser regenerado, eis o futuro que a esperança promete aos que souberem que nada se conquista sem amor, perdão, trabalho e fé; para que a esperança seja realmente a última que morre, pois ela é fruto das mais sagradas virtudes espirituais desenvolvidas pelo ser humano – amando, perdoando, trabalhando e confiando na providência do Criador e Tudo.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, isso foi dito pelo Grande Mestre e continua um sendo mistério, porquanto continuamos buscando pela verdade onde ela menos possa estar.

Luìz Trevizani – 04/10/2023