Sinopse dos 22 Arcanos Maiores do Tarô na Jornada de Autoconhecimento em Busca do Ser

Depositphotos 11991267 xl 2015 1Esta é uma sinopse dos conteúdos desenvolvidos e trabalhados na Jornada de Autoconhecimento em Busca do Ser, Pelos Caminhos do Tarô. Pelos Caminhos do Tarô é uma jornada de autoconhecimento em busca do Ser. Percorrendo as vinte e duas estações dos Arcanos Maiores do Tarô, estação a estação, nós vamos visitar os principais pontos travados em nós que limitam o desenvolvimento dos nossos verdadeiros potenciais humanos e espirituais, e vamos apender como superar medos e crenças limitantes e aumentar os nossos potenciais criativos.

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ARCANO ZERO – O LOUCO

Na primeira estação da nossa jornada, refletimos sobre o abismo existente entre a vida e o viver. O abismo da nossa ignorância que não nos permite ainda perceber o imenso potencial de inteligência, de consciência e de amor que trazemos em nós. Olhar para esse abismo e compreender que o vazio não é ausência de tudo e sim as potencialidades ainda desordenadas e não manifestas, nos coloca diante do caminho do autoconhecimento. O ser humano traz em si uma inquietude fundamental que o atormenta em três questões básicas – Quem sou?  Por que estou aqui? De onde vim e para onde vou depois da morte?

As incertezas fazem com que busquemos as respostas, mas nós fomos condicionados, pelas heranças dogmáticas, a acreditar que sempre haverá alguém que fará por nós – Deus ou outra entidade, talvez um de seus “representantes”, um sacerdote ou um guru qualquer, e o Arcano zero conhecido como O Louco, nos indica que somos nós os criadores de nosso destino e precisamos de coragem para mergulhar no abismo do Absoluto, se quisermos saber quem somos. O destino é o supremo determinismo, que pelo exercício do livre arbítrio nós vamos criando as condições de sua manifestação para a nossa evolução, pelas sucessivas encarnações.

ARCANO NÚMERO 1 – O MAGO

Na segunda estação da jornada, nossos primeiros passos são guiados pelo Mago, o Arcano número 1 do Tarô. Refletimos sobre a mônada e a individualidade. Quem somos e como nos tornamos uma personalidade com a qual nos identificamos tanto a ponto de não reconhecer mais a nossa essência monádica. O Mago pode ser o arquétipo que identifica a esperteza de quem não sabe e o egocentrismo de quem dorme na ignorância, mas representa também a força e a vontade íntimas que desperta naqueles que buscam o caminho. O Arcano número um do Tarô manifesta a vontade do Criador; é o ponto e a essência primordial de tudo e de todas as coisas manifestadas. É o princípio e o reinício dos ciclos sem fim da vida.

ARCANO NÚMERO 2 – A SACERDOTISA

Na terceira estação da jornada, A Sacerdotisa, Arcano número 2 do Tarô, nos convida a adentrar no recinto sagrado do coração e meditar contemplando nossa vida interior. Vamos aprender sobre a dualidade e a complementação dos opostos; sobre os mecanismos da inteligência e da consciência. Para nos tornarmos conscientes, precisamos começar aceitando que somos seres incompletos, e que nossa completude depende da união das polaridades da nossa alma. Estamos diante do templo sagrado do coração onde estão guardados os segredos e mistérios da vida. O Arcano número dois do Tarô manifesta as condições para que que as ideias tomem forma. Pensamento e intuição se unem e formam o elemento primordial da criatividade, ambientando as condições para a manifestação da forma no plano das ideias.

ARCANO NÚMERO 3 – A IMPERATRIZ

Na quarta estação da jornada, vamos aprender sobre a lei do triângulo, na criação. O Arcano número 3 do Tarô traz o arquétipo da Imperatriz, modelo de referência da criatividade. Toda criação resulta da união dos opostos, que, ao se complementarem geram o terceiro elemento – o filho, a luz, a flor, a síntese... O desejo e a vontade se unem para gerar a forma mental criada. A Imperatriz representa a criatividade tomando forma no plano das ideias pela união de pensamento, intuição e razão – um elemento ativo (pensamento), um elemento passivo (intuição) e o resultado, a forma no plano das ideias (razão).

ARCANO NÚMERO 4 – O IMPERADOR

Na quinta estação da jornada, O Arcano número 4 do Tarô traz o arquétipo do Imperador, modelo estrutural da personalidade na qual se encontra a nossa individualidade. Mas a individualidade pode não estar sendo manifestada ainda, pelo menos não conscientemente para muitos. É necessário todo um trabalho de desobstrução dos entulhos que sobrecarregam a personalidade para encontrar o ponto da individuação do ser.

O Arcano que tem o número quatro representa a base estrutural para a manifestação da forma no plano material. A forma que está no plano das ideias agora desce ao plano material e se manifesta. O quatro retorna ao um como manifestação da vontade – 1+2+3+4=10/1. No plano da criação, O Mago representa o agente positivo/ativo; A Sacerdotisa representa o agente negativo/receptivo; A Imperatriz representa o elemento resultante neutro/andrógino, a forma no plano das ideias; O Imperador é o agente estrutural da manifestação da forma no plano material.

Nesta estação vamos aprender sobre os quatro corpos da personalidade e como desenvolver a nossa individuação no quarto caminho.

ARCANO NÚMERO 5 – O PAPA

Na sexta estação da jornada surge o primeiro grande desafio – compreender o Arcano número 5 do Tarô, equivocadamente denominado por muitos como o Papa. O mistério da vida que ainda não compreendemos, agora está diante de nós suscitando muitas interpretações, quase sempre equivocadas pelo significado atribuído a este arcano. O Arcano número 5 trata do sopro vital que dá vida e anima a matéria inerte. É o Arcano da vida! É o conciliador dos opostos, Senhor dos caminhos desconhecidos. Nesta estação nós vamos refletir sobre a vida e seus mistérios, e como a natureza trabalha para que todas as formas manifestadas evoluam. A natureza trabalha com a utilidade; tudo que não tem utilidade, a natureza dissolve decompondo a sua forma, e tudo se renova em nova manifestação e a forma que está no plano das ideias não se perde jamais.

ARCANO NÚMERO 6 – A ESCOLHA

Na sétima estação da jornada temos mais um Arcano cujo nome que lhe foi atribuído atende mais aos interesses interpretativos nos jogos das cartas oraculares, suscitando assim entendimentos equivocados a respeito de seu verdadeiro significado – o Arcano número 6 foi chamado “Os Enamorados”. Sabemos, no entanto, que o nome às vezes é dado para esconder o verdadeiro significado do Arcano a fim de que ele não seja mal-empregado para finalidades egocêntricas. A proposição deste Arcano é o desafio da escolha entre o bem e o mal. O sexto Arcano do Tarô nos remete a comtemplar a perfeição da obra divina, no ser humano e no Mundo Criado para sua evolução. O Arcano número 6 une o ser Criado ao seu Criador, na arte, na estética, na beleza, na ética, na harmonia, pela inteligência que lhe foi dada por atributo. Nesta estação, a reflexão proposta será sobre nossas escolhas na vida, e sobre como estamos evoluindo no Mundo.

ARCANO NÚMERO 7 – O CARRO

Na oitava estação da jornada, nossas reflexões nos colocam diante dos caminhos que a alma deve percorrer. O Arcano número 7, popularmente denominado o Carro, pode ser visto como o Triunfo da consciência que despertou para seguir novo rumo na evolução desprendendo-se das fixações da mente nas crenças no materialismo. É o novo rumo da vida espiritual que desperta na consciência humana. O Arcano 7 representa a completude da obra divina.

“O homem (Arcano 1) fecunda a mulher (Arcano 2), determinando o nascimento do filho (Arcano 3) que, nutrido física e astralmente, adquire uma autoridade (Arcano 4) para atuar em nome de toda a família, no plano astral, isto é, no plano das manifestações essenciais (Arcano 5). Aí, ele encontra o dilema do bem e do mal (Arcano 6), escolhe o bem e desfruta a vitória (Arcano 7)”.

A JUSTIÇA

Na estação nove da jornada, nosso encontro é com o Arcano número 8, A Justiça, que representa o ser ético e justo portador do conhecimento que lhe dá o poder. Todo poder deve ser exercido tendo por base a ética e a justiça. Oito é o número de Thoth, o mensageiro dos “deuses”, da escrita, da linguagem, do conhecimento e da ciência. Thoth deu ao homem o acesso aos mistérios do mundo manifestado, que foram simbolizados pelo número 8.

Invocando Maat, o arquétipo símbolo da justiça do Egito Antigo, aqueles que exercem o poder e a justiça no mundo compreenderão que devem ser éticos obedecendo aos três preceitos fundamentais deste Arcano:

O Carma – Lei de causa e efeito;

A Balança da Justiça – O equilíbrio no julgamento;

A Espada – A execução da lei não pode ser vingança.

O EREMITA

Na estação dez da jornada, vamos aprender com o Eremita sobre recolhimento, vida interior, humildade, solitude e a disciplina do discipulado. Talvez possamos entender que este é o Arcano que indica a necessidade de um recolhimento à nossa vida interior para nos conhecer em níveis mais profundos de nós mesmos. Aqui começa a busca pelo SER. Há uma luz interna em nós e um guia que reconhece o caminho intuitivamente. O Arcano número 9 do Tarô, O Eremita, simboliza a busca de si pelo caminho interno, mas tendo todo cuidado para que as influências externas não nos desviem do propósito. A busca interna depende dos recursos externos, mas não podemos nos deixar iludir pelas distrações do caminho. O Arcano número 9 indica o fim de um ciclo e da primeira etapa da jornada em busca do Ser.

A RODA DA VIDA

A nossa evolução transcorre em uma sucessão de ciclos cósmicos. A Roda da Lei ou Roda da Vida, é o Arcano número 10 do Tarô e sinaliza para os ciclos das reencarnações sucessivas para as novas experiências evolutivas; reflete a impermanência na temporalidade e o eterno retorno ao princípio. Representa todos os ciclos da vida. Com frequência ouvimos dizer que a única coisa que não muda no mundo é a própria mudança. Tudo muda constantemente, nenhum momento é o mesmo do anterior, nenhuma respiração é igual a outra. Toda mudança é um retorno ao princípio em outro ciclo. A resistência aos movimentos cíclicos da vida aprisiona nos mundos inferiores e gera muito sofrimento. A Rida da Vida simboliza um testamento, isto é, a manifestação de uma vontade ou de um desejo. A vontade é força interior a impulsionar avante e o desejo é apelo exterior a permanecer na viciosidade. E a Roda da Vida gira em torno da vontade ou do desejo.

A FORÇA

Na estação 12 começa uma nova etapa da jornada de autoconhecimento – se inicia a etapa regenerativa onde os aprendizados agora são experienciais. O Arcano número 11 tem por seu nome A Força. Mas qual força? Na verdade, o Arcano 11 nos coloca diante unificação das duas forças da nossa natureza – a força instintiva oriunda da nossa natureza inferior, e a força suprema da inteligência oriunda da nossa natureza espiritual. Este é o Arcano da preparação e do exame admissional para a jornada espiritual que se inicia com o próximo Arcano. Para isso, precisamos desenvolver o domínio da inteligência sobre o instinto e nos pacificar. Os opostos agora se unem formando uma só força. Nós não podemos negar a nossa natureza instintiva, pois ela desempenha importantes funções para vitalidade do corpo, mas também precisamos lembrar que não estamos no mundo só para sobreviver, temos um plano evolutivo em vista que depende do desenvolvimento da inteligência.

O SACRIFÍCIO (O Enforcado)

O Arcano número 12 nos propõe resignação, aceitação e rendição ao plano maior da vida e da evolução. Ele é denominado popularmente de O Enforcado, ou O Sacrifício, mas na verdade ele é o Arcano da Resignação. A resignação não pode ser um sacrifício forçado por um motivo egocêntrico. A resignação deve ser voluntária sacrificando alguns desejos que dificultam a vivência espiritual. Trata-se da submissão à Lei Maior do Supremo. O Arcano 12 é o portal do autoconhecimento real, da iniciação espiritual, e seus simbolismos se estendem a vários aspectos que importa serem estudados, como por exemplo:

As Três Personalidades do Ser Humano

  • A Personalidade física – Sede das realizações;
  • A personalidade astral – Sede dos desejos;
  • A personalidade mental – Sede da vontade, da razão e da intuição.

E os Quatro Planos de Consciência na Personalidade

  • A consciência física;
  • A consciência astral/emocional;
  • A consciência mental;
  • A consciência intuitiva. 

O RENASCIMENTO (A Morte)

A trilha da espiritualidade é espinhosa, a passagem é estreita, a subida é íngreme; todos querem, mas são poucos os que conseguem. É preciso desapegar-se do ego para empreender a jornada espiritual. E o impedimento está no egocentrismo, no apego às coisas temporais e no medo da morte. O Arcano número 13 recebeu vários nomes dentre os quais destacamos o que é mais popular, A Morte. Mas ele é denominado também a Transformação, o Renascimento, o Ceifador e outros mais. Na verdade, este é o arcano da vida eterna, equivocadamente interpretado por muitos tarólogos como sendo um Arcano nefasto que indica ocorrências desastrosas e até morte. A morte é só uma mudança de estado de consciência. O Arcano 13 trata da morte das coisas atreladas ao ego; da morte do próprio ego que se tornou o maior empecilho no desenvolvimento espiritual. O Arcano 13 aponta para a transcendência da materialidade e a vitória do amor. Seu simbolismo verdadeiro permanecerá para sempre oculto aos que buscam compreendê-lo racionalmente.

A TEMPERANÇA

O Arcano número 14 representa a integração dos dois aspectos da nossa natureza psíquica, ou, se quisermos entender de uma maneira mais simples, as duas polaridades da alma. Depois da passagem estreita no início da senda espiritual, vem A Temperança no Arcano número 14 e nos propõe uma espécie de trégua, um momento de bonança para o fortalecimento e a preparação ao enfrentamento das provações seguintes nos Arcanos 15 e 16. Momento de fluir consciente com sabedoria e moderação nos preparando para as provações seguintes. Aceitamos a vida como ela é e nos resignamos à Lei Maior, agora precisamos entender que a consciência desperta pelos contrastes entre as forças opostas que se equilibram e se completam para gerar o progresso espiritual.

A PAIXÃO

Quando nascemos nos agarramos à vida como se ela fosse uma tábua da salvação. Depois aprendemos sobre os valores das coisas do mundo e desenvolvemos as paixões, e delas vieram os apegos ainda mais petrificados na mente racional. Fomos dominados pelo instinto de conservação e sobrevivência e pelo desejo de posse e poder, desde que nascemos. O Arcano número 15, o temido Diabo, que também recebeu diversos outros nomes na popularização dos jogos oraculares pelas cartas reflete as seduções externas e os vícios sensoriais diversos que dominam a personalidade humana, e nos apresenta a existência do mundo das trevas no qual nós não devemos penetrar, e nos adverte sobre os seus perigos. Mas ao mesmo tempo, ele nos diz que devemos observar o mal, a certa distância, pois sabendo que ele existe obteremos as forças e os recursos internos para evitar nos envolver com ele. O Arcano 15 nos instiga a refletir sobre nossos ciclos viciosos. Podemos criar ciclos virtuosos, se quisermos, usando a força da paixão também. A sombra é só uma projeção do objeto que se interpõe no caminho da luz.

A TORRE

A Torre, como é mais conhecido o Arcano número 16, representa a queda do ego com seus principais atributos – a vaidade e o orgulho. A queda fatalmente acontecerá aos que não se desapegarem de seu egocentrismo e continuam a viver em seus castelos de ilusões. A queda é o resultado da presunção de nos identificarmos com as coisas transitórias e de nos apegarmos ao que não nos pertence de fato porque são coisas impermanentes. O Arcano 16 nos convida para uma reflexão sobre o que podemos e o que não podemos controlar. Representa aquele momento da desilusão, em que já não nos contentamos mais com os dogmas e os despotismos, mas também nos adverte para o perigo da inversão dos valores éticos e da moral devido a essa desilusão. O Arcano número 16 aponta para as nossas seduções internas, basicamente o orgulho, a presunção e a vaidade.

A ESTRELA

O Arcano número 17 representa o primeiro vislumbre da iluminação da consciência após ter passado pelas duras provações dos arcanos anteriores, especialmente o 15 e o 16. A Estrela é o Arcano da esperança. Mas se a esperança for cultivada desassociada da fé, ela pode vir a se tornar somente uma expectativa que levará novamente a uma nova ilusão com a consequente decepção. Não podemos só esperar, devemos trabalhar com fé profunda e assim podemos alcançar a iluminação completa da consciência. A esperança brota no coração a partir da semente do conhecimento, a intuição irriga a esperança enquanto ela cresce e se fortalece na fé; assim a fé frutifica no coração do neófito que está no caminho espiritual como certeza e confiança na incerteza.

A LUA

O Arcano número 18, a Lua também conhecido como o Crepúsculo, nos coloca diante daquele estado secreto e misterioso no qual mergulhamos frequentemente, muitas vezes sem saber por qual motivo nem para qual finalidade. São as pequenas noites obscuras da alma que surgem nos momentos difíceis da vida, aqueles momentos em que precisamos encarar nossas sombras e retirar os obstáculos à luz em nossa psique. Mas há também uma grande noite obscura da alma que haveremos de enfrentar mais adiante quando nos encontrarmos diante do portal da iluminação, que não sabemos quando será e é bom nos preparar desde já, pois essa grande noite pode ser aterradora aos desprevenidos. O Arcano 18 expõe as nossas sombras mais profundas – os medos, as culpas e as vergonhas secretas que talvez nunca tenhamos tido coragem de encarar. Ele é o crepúsculo prenunciando a iluminação no próximo Arcano.

O SOL

A claridade que vem com o Arcano número 19, o Sol, pode representar a iluminação espiritual, aquele momento búdico, mas o que mais ele reflete para nós que ainda estamos distantes desse momento, é a claridade sobre todas as coisas da vida e da consciência. Uma nova biografia agora começa a ser escrita, uma nova visão e um senso ético bem estruturado no caráter. O Sol representa o centro do nosso sistema planetário no plano do macrocosmo, em nosso íntimo o Arcano 19 representa a unificação em torno nosso centro microcósmico. Essa unificação em torno de nosso centro nos enriquece espiritualmente. Inteligência e consciência ética empenhadas para desenvolver valores, virtudes e sabedoria. O Arcano 19 nos adverte para os perigos da soberba, e ela pode ser tropeço no caminho da iluminação espiritual.

O JUÍZO

Na estação 21 da jornada, chegou o momento de encarar o juízo no Arcano número 20, mais conhecido como O Julgamento. O que será esse juízo? No umbral do paraíso está o tribunal da consciência e a balança da justiça. Se o coração, símbolo do sentimento, pesar mais que a pena da consciência, significa que ele ainda está impregnado de paixões e desejos e apegado à matéria e devemos retornar para novo ciclo na Roda da Lei. Se a consciência já está livre das coisas temporais, e o coração purificado das paixões e dos desejos de satisfações, então o reino foi realizado no Mundo e podemos adentrar no paraíso da vida eterna.

“Antes que os olhos possam ver, devem ser incapazes de lágrimas. Antes que o ouvido possa ouvir, deve ter perdido a sensibilidade. Antes que a voz possa falar em presença dos Mestres, deve ter perdido a possibilidade de ferir. Antes que a alma possa erguer-se na presença dos Mestres, é necessário que seus pés tenham sido lavados no sangue do coração”.

O MUNDO

Na estação 22 da jornada, estamos diante do Arcano número 21, conhecido como O Mundo. O Mundo representa o Reino da consciência; é nosso mundo interior. A conquista mais difícil ao ser humano é a conquista de seu próprio mundo interior, a realização do Reino de Deus em si mesmo. Alguém disse algo mais ou menos assim, “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo”. Onde está, afinal, o Reino de Deus? A resposta vem com Arcano 21 do Tarô.

Se quisermos nos tornar grandes, precisamos crescer; aqui estamos falando de crescimento interior.

Se quisermos ser livres, precisamos romper as correntes que nos aprisionam no egocentrismo.

Se quisermos ter paz, precisamos soltar nossas resistências e deixar de lutar, aceitando resignadamente o plano Supremo.

Se quisermos reinar em nosso Mundo interior, devemos suplantar o egocentrismo desenvolvendo a compaixão.