Zero

No início da pré-criação, existia NUN, o nada. Os textos Egípcios mencionam que, antes da criação havia um abismo líquido primitivo em todos os lugares, sem fim e sem limites ou direções. Eles o chamavam de oceano cósmico ou caos aquático, NUN – o estado não polarizado da matéria.

Nun é o “Ser subjetivo, o símbolo da não formação, indeterminado, energia/matéria indiferenciada, inerte e inativa, o estado não-criado antes da criação”.  

NUN é 0 (zero), vazio aparentemente, o caos inerte e inativo que se torna potencialmente explosivo e expansivo ao se contrair no ponto gerador do princípio manifestado no primeiro número – o número 1.

Como vimos, os Egípcios consideravam que a criação surgiu do estado não-criado, que eles chamaram de Nun – Nenhum-Nulo-Zero.

No entendimento dos Egípcios Antigos, o número 1 (um), ATAM, não é um número, mas a essência do princípio subjacente aos números; todos os outros números seriam feitos a partir dele. O número 1 representa a Unidade – o Absoluto como energia não-polarizada. Atam como o número 1 não é nem diferente nem igual, mas ambos. Atam não é nem feminino nem masculino. Atam é reconhecido como o Uno Completo, o Todo.

Atam é a totalidade da energia matriz ordenada durante o estágio da criação, enquanto Nun é o componente da energia desordenada – o Ser Subjetivo. O total da energia divina dentro do universo é chamado Nun em seu estado caótico, e Atam em sua criação ordenada é um ponto do seu estado/processo.

Atam representa o lançamento, em uma sequência ordenada, das energias existentes dentro de Nun, ou seja, trazendo-o para a vida. Isto representa o Ser Objetivo.

Nun e Atam são imagens um do outro, como os números 0 e 1 – 0 (zero) é nada, nulo, e 1 significa todos (os números).

A criação é a triagem para fora de todo o caos do estado primitivo. Os números 1 a 9 surgem de dentro do caótico 0 (zero). O caos aqui tem o sentido de “massa” disforme desordenada, matéria prima do universo e dos números.