O Tarô – Um Livro Não Escrito para a Evolução Humana

O Tarô, com suas múltiplas aplicações, nos oferece inúmeras possibilidades para atender às finalidades que despertam nosso interesse. De modo geral, ele ainda é mais conhecido pelo jogo e pela leitura das cartas, que, a bem da verdade, trata-se de apenas uma dessas possibilidades. Não descarto nem desprezo tais práticas adivinhatórias; elas têm sido exploradas de muitas maneiras para os fins mais diversos, como futurologia, revisão do passado, previsões e, evidentemente, para o autoconhecimento – o Tarô como um oráculo.

Contudo, é preciso reconhecer um fator importante no jogo de cartas – fundamentalmente ele explora os recantos insondáveis da intuição e auxilia no seu desenvolvimento. O jogo, porém, é só uma das muitas práticas possíveis e, consequentemente, gera uma grande confusão quando se entende que o Tarô se resume a isso. Esse desvirtuamento não decorre de uma intenção deliberada, mas é fruto da ignorância e do aprisionamento da consciência em estágios ainda primários da evolução espiritual do ser humano.

A verdade é que o Tarô é muito mais que o jogo e a leitura das cartas. Nós reconhecemos o seu mistério e nos esforçamos para, através de suas práticas, buscar sua revelação – seja pelo jogo, desenvolvendo a intuição, seja seguindo seus arcanos como um roteiro de autorregeneração, ou ainda como um caminho de iniciação espiritual. Sentimos que os arcanos são mais que simples desenhos em cartas, com figuras, símbolos, cores e números; eles são arquétipos vivos que podem ser ativados na consciência e se revelam à medida que ela se expande, abrindo o espaço necessário para receber o conhecimento. Como diz O Caibalion: “Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento”.

O simbolismo de seus arcanos, desenhado e escrito nas cartas, representa a ideia transmitida. Frequentemente, nós nos prendemos e valorizamos muito mais os acessórios do que o que é essencial neles. Os nomes dados aos arcanos, por exemplo, são apenas designações sugeridas por intérpretes em épocas diferentes, segundo seu entendimento, cultura e influência religiosa – talvez uma tentativa de compreender a profundidade do Tarô. Ainda assim, a crença de que ele é apenas um jogo, um oráculo de consulta que funciona como apoio para desvendar mistérios, predomina nos dias atuais.

Com a humildade que o tema exige, ouso afirmar que há algo de grandioso no Tarô. Enxergo nele um mapa para a evolução espiritual da humanidade – um livro nunca escrito em moldes convencionais, mas um conjunto de arquétipos que, ordenados, revelam um caminho.

Partindo dessa visão, minha abordagem é particular e tem como propósito guiar, através dos vinte e dois Arcanos Maiores, uma jornada de autoconhecimento e transformação. Meu objetivo não é desvirtuar as práticas oraculares, que também utilizo quando necessário. A intenção maior é conduzir os participantes a um alinhamento com este roteiro sagrado, um legado que acredito ter sido nos dado por uma inteligência superior para nossa regeneração e avanço espiritual.

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